sexta-feira, 21 de março de 2008

Entre o que vejo


"Entre o que vejo e o que digo,
entre o que digo e o que calo,
entre o que calo e o que sonho,
entre o que sonho e o que esqueço,
a poesia.
Desliza
entre o sim e o não:
diz
o que calo,
cala
o que digo,
sonha
o que esqueço.
Não é um dizer:
é um fazer.
É um fazer
que é um dizer.
A poesia
se diz e se ouve:
é real.
E, apenas digo
é real,
se dissipa.
Será assim mais real?"

Octavio Paz

1 comentário:

. disse...

Tomo-a, à poesia, como folhas que se penduram, em falso, nos ramos das Arvores de Outono. Não fazem parte, querem fazer.
E a poesia a que cheira? A Canela queimada com sumo de limão? Cheira ao que quisermos, é assim que funciona, é assim que se pinta. Mandamos nela, mesmo sem sua permissão.
A Poesia não é verdade, é a nossa realidade.
É tua, é minha, é de quem a quiser beijar.


Gosto desta musiquinha que por aqui vai soando (:
Beijinho